26 Jan

A era digital aprimorou nossos sentidos, permitindo-nos perceber as coisas com mais rapidez e detalhes, somos capazes de acessar e processar informações mais rapidamente e em maior volume do que nunca, mas será que isso realmente é algo positivo?

A suposta relação entre ser digital x inteligência

Acredito que em algum momento você ouviu pais babões orgulhosos de seus filhos afirmando: “Olha como ele/a é inteligente! Não tem nem um ano de idade e já sabe mexer no celular”.

Confesso que sempre me questionei “O que há de inteligente nisso? ”, afinal estamos falando de um movimento mecânico que pode ser facilmente aprendido por observação. De fato, não há nada de inteligente nisso (já que temos até animais que reproduzem comportamento humano – inclusive o de mexer no celular).

Existem algumas maneiras pelas quais a geração digital pode estar relacionada com a inteligência, mas é importante notar que essas conexões são complexas e não podem ser resumidas a uma relação simples.

Uma das maneiras pelas quais a exposição contínua à tecnologia pode estar relacionada com a inteligência é através da capacidade de acessar e processar informações em larga escala. Com o acesso fácil a informações de todo o mundo através da internet, as pessoas podem aprender sobre um amplo espectro de tópicos e desenvolver habilidades de busca e análise de informações.

Os smartphones agora são tão prevalentes entre os grupos demográficos mais jovens . Além disso, as redes sociais tornaram mais fácil para os usuários mais jovens compartilhar discretamente fotos ou vídeos, mesmo quando não estão online. Agora, será que isso significa que a geração atual é mais inteligente que a anterior?

Somos mais inteligentes do que as gerações anteriores?

Em 1982, o psicólogo norte americano James Flynn identificou e documentou o aumento constante do índice de acerto média da população mundial nos testes de QI, tanto que esse fenômeno passou a se chamar Efeito Flynn.

Temos dados que mostram que desde 1930, são feitos testes para avaliação do QI e que inclusive, são adaptados ao longo dos anos para um melhor controle e garantia de acuracidade nos resultados. Então é verdade que existia uma tendência na evolução do QI entre gerações.

Momento plot twist: Como assim existia? A geração atual obviamente é mais inteligente, certo?

Então, todo esse comentário de “Olha como minha prole é inteligente, faz compras no app sozinho/a!” esconde algo que pode ser extremamente preocupante:

Cheguei nessa reportagem, da BBC News Brasil através de um vídeo do canal Elementar no Youtube chamado A Nova Geração de Idiotas (recomendo que todos assistam, principalmente quem deseja, ou já tem, filhos) e senti um misto de alívio e desânimo.

Michael Desmurget, neurocientista e diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, é autor do livro “Fábrica de Cretinos Digitais”, vem apontando com dados concretos e de forma conclusiva, como os dispositivos digitais estão afetando de forma negativa o desenvolvimento neural de crianças e jovens.

De acordo com o especialista, os principais alicerces da nossa inteligência são afetados: linguagem, concentração, memória, cultura, e esses impactos levam a uma queda significativa no desempenho acadêmico.

O algoritmo das redes sociais foi desenvolvido para te viciar (e te emburrecer)

A realidade vem nos mostrando que a conectividade possibilitou diversas coisas positivas como conhecer novas pessoas, ter acesso a conhecimento, trabalhar de casa e ao mesmo tempo dependentes dela. E isso é proposital!

“O Dilema das Redes” em 2020, trouxe à tona como os algoritmos trabalham para fazer com que o digital (em especial as redes sociais) funcionem como chupetas que são dadas a um bebê para parar de chorar.

E apesar de tudo isso parecer um choque para muita gente, confesso aqui que particularmente penso que mudam-se os meios e a estratégia se permanece, estamos ainda na era da manipulação do pão e circo. Onde o circo aqui nada mais é que dancinhas e desafios (?) que podem literalmente, matar.

E o que isso tem a ver com inteligência de negócios e análises de dados?

Tudo.

Se você em algum momento ouviu a frase: “Se você não estiver pagando pelo produto – você é o produto”, saiba que além de verdadeira, ela representa exatamente a resposta desse subtítulo e a minha intenção com a newsletter: Você é um dado! (disponível gratuitamente aqui)

De imediato a gente pode pensar “isso é coisa da conspiração, eu sou um produto? Eu?”. Sim você, a partir do momento que você, como ‘usuário’ (expressão também utilizada para dependentes de drogas) de uma rede social e clica em “aceitar termos e condições”, pode ter certeza que TUDO o que você faz é monitorado.

Nosso dever como “usuários” é se comportar como adulto responsável e usar as redes sociais e outros meios digitais ao invés de sermos usados por eles.

Como responsáveis pela nova geração, servir de exemplo. Porque na boa, chegar em casa e cancelar o smartphone do filho enquanto você não sai do celular só vai gerar um adolescente rebelde.

E como negócios, entender que nem porque é um dado, é útil para o seu negócio.

Se você deseja saber mais como os dados podem alavancar o resultado dos seu negócios, clique aqui e nos conte o que está buscando que iremos te ajudar.

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